Vilões do prato: carnes processadas e embutidos são cancerígenos
Estudo da OMS aponta que o consumo de salsicha, bacon, linguiça e hambúrguer eleva em 18% o risco de câncer
A alimentação é o que nos mantêm vivos, mas saber escolher o que vamos comer pode ser decisivo para uma boa qualidade e durabilidade de vida.
Reduzir o consumo de carnes, principalmente as processadas, e os laticínios ou adotar uma dieta vegetariana estrita é algo que merece ser refletido, já que esses hábitos alimentares vêm sendo motivo de vários estudos e implicam melhora significativa no bom funcionamento de nosso organismo e na prevenção de várias doenças como, por exemplo, o câncer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês) realizaram um estudo em 2015, (veja aqui) e (aqui), classificando as carnes processadas no grupo 1, que possuem evidências de ligação ao câncer. Nesse mesmo grupo está o tabaco. Uma porção diária de 50g dessas carnes leva eleva a 18% a probabilidade de desenvolver câncer, sendo o mais comum o de intestino. As carnes processadas são aquelas que passam por transformações, como processos de fermentação, salga e defumação, para melhorar a cor e o sabor, como o bacon, empanados, hambúrguer, calabresa, peito de peru, mortadela, presunto, salame, linguiça, etc..
Segundo o médico Eric Slywitch, médico especialista em nutrologia, relata que é um sinal de alerta as carnes processadas estarem no mesmo patamar que o tabaco como fator de risco de ocorrências de câncer. Ele cita que uma dieta vegana reduz o risco de todo tipo de câncer e uma dieta ovolactovegetariana reduz a incidência de câncer gastrointestinal. Portanto, consumir porções diárias de carnes é tão perigoso quanto fumar cigarro, vilão reconhecido pela comunidade médica.
É a mesma coisa, é a mesma incidência com relação ao câncer. Eles estão na mesma categoria de evidências: tabaco e carne processada."
Eric Slywitch
Alguns pacientes de Eric
chegam a seu consultório com níveis altos de colesterol e com uma dieta vegetariana esse parâmetro tendo a se normalizar, sendo que com alopatia não conseguem chegar nesse resultado, segundo o médico. Umas das causas do colesterol alto é o consumo de gordura saturada, presente nos queijos, laticínios, etc.. Um pedaço de queijo possui 25% de proteína e 70% de gordura saturada. Ao eliminar esse componente e buscar alimentos integrais, folhas e grãos, há um efeito significativo para a saúde, além da redução de diabete, obesidade, doenças cardiovasculares e todos os tipos de câncer.
A nutricionista Alessandra Luglio ressalta que na pirâmide alimentar a base está em carboidratos, frutas e vegetais, sendo que as carnes estão no topo, com menor necessidade de consumo.
Segundo Alessandra, seus pacientes, na maioria, chegam procurando orientação por fatores estéticos e não têm noção das consequências ocasionadas pelo consumo da carne.
Não olham para o impacto que suas escolhas causam na saúde e no meio ambiente. Comer é um ato de responsabilidade"
Alessandra Luglio
Arte: Neila Crespo / Fonte: OMS
Mudei minha alimentação, e agora?
Repensar sobre nossos hábitos para reduzir a quantidade de produtos animal na dieta pode reduzir os efeitos negativos em nossa saúde. É importante, porém, que qualquer dieta deve ter um acompanhamento de um profissional. No vídeo, Eric fala sobre avaliação profissional.
Imagens: Thiago Figueredo