O consumo de carne e o impacto no meio ambiente

12/10/2017

A pecuária no Brasil é responsável por 80% do desmatamento das florestas 

Quando comemos, dificilmente paramos para analisar de onde vem determinado alimento e quais os processos pelos quais eles passam até chegar à nossa mesa. O consumo desenfreado de carne gera milhões para o agronegócio. A pecuária no Brasil é um negócio rentável, pois é uma das maiores produções do mundo, com destaque para exportação. A criação de suínos, bovinos, aves e equinos cresce exponencialmente a cada ano para suprir esse mercado.

A grande problemática em torno desse segmento é o impacto que essa prática causa ao nosso planeta, a qual envolve a questão da biodiversidade. Milhares de florestas são destruídas para servir de pastos para esses animais de consumo. Um estudo feito pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2016, mostrou que, no Brasil, 80% do desmatamento está ligado à pecuária. A Amazônia é a principal afetada, tem suas áreas destruídas para pasto e para produção de alimentos para o gado, sem contar a quantidade de água que é destinada para os mesmos.

Jean Pierre em palestra sobre impacto ambiental.  Foto: Thiago Figueredo

Jean Pierre Ometto, engenheiro agrônomo da Universidade de São Paulo (USP), conta que teve contato com um sistema de confinamento no sul do Pará, com mais de 500 mil cabeças de gado, em uma cidade de 3 mil de pessoas, constatando o impacto enorme. Cerca de 55% da terras no Brasil são privadas e a maioria são grandes latifúndios, usados para a pecuária. Para ele, a solução é caminhar para a redução de consumo de carne, educando a sociedade.

Precisamos educar a sociedade e quais os elementos que sensibilizam as pessoas para essa trajetória. Pode ser a questão da violência contra o animal, a questão da saúde pessoal ou a saúde pública" 

Jean Pierre Ometto 

Eduardo Jorge defende escolhas alimentares para diminuir impacto no meio ambiente  Foto: arquivo pessoal

Eduardo Jorge, médico de saúde pública da Secretaria de Saúde de São Paulo, ex-deputado federal, duas vezes secretário da Saúde de São Paulo e duas vezes secretário de Meio Ambiente de São Paulo, explica que a atividade humana permitiu mudanças enormes, por meio do combustível fóssil, como o petróleo, agora começa também a mudar a própria atmosfera, liberando gases e partículas num grau tão grande e intenso, se tornando uma força biológica. Jorge coloca combustível fóssil e a produção animal no mesmo patamar em relação ao impacto ambiental.

Somos 7,4 bilhões de pessoas no mundo e se esse número de pessoas continuar consumindo carne a qualidade de vida na Terra será comprometida. O desmatamento de nossas florestas e o fim dos recursos naturais causam o aquecimento global e consequentemente grande desequilíbrio do clima no planeta, pois a vegetação é responsável pelas temperaturas e processos de chuvas. 

Tudo que fazemos desde o simples fato de se alimentar tem consequências, portanto, comer também é um ato de consciência que engloba vários fatores. 

Mudando a própria atmosfera, mudando milímetros podemos causar catástrofes. É suficiente para romper a diversidade de biomas que permite a variedade de vida na Terra toda. Isso foi descoberto pelos cientistas no final do século passado" 

Eduardo Jorge


 Acompanhe um trecho de nossa entrevista: 

Imagens: Thiago Figueredo

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